13/08/2014

Eduardo Campos morre em acidente aéreo

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49 anos completados no domingo passado, morreu na manhã desta quarta-feira, 13, em um acidente aéreo em Santos, litoral paulista.

Ele e parte de seu staff estavam a bordo de um jatinho que saiu do Rio. Com o tempo chuvoso, a aeronave tive dificuldades para pousar, apresentou problemas e caiu no bairro Boqueirão. Vice na chapa de Campos, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva não estava no jato.

A assessoria de imprensa da Santa Casa da Misericórdia de Santos informou que todas as equipes médicas do hospital estão de plantão aguardando a chegada das vítimas do acidente com uma aeronave na cidade. A Santa Casa recebeu a informação de que cerca de 20 feridos serão encaminhados ao local.

Campos tinha agenda prevista em Santos, nesta manhã. Ele havia marcado uma entrevista para esta quarta-feira, às 10 horas, na Praia do Mercado. A confirmação da morte do candidato foi informada pelo deputado Júlio Delgado, presidente do diretório do PSB em Minas Gerais. Ainda não há informações oficiais sobre o número de mortes no acidente e os nomes das demais vítimas.

Neto do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, Campos iniciou sua vida política nos anos 80, quando elegeu-se presidente do Diretório Acadêmico de Economia da Universidade Federal do Estado.  Usava um caixote de madeira como a tribuna e um megafone para pedir votos para "Doutor Arraes", então candidato a deputado federal, em comícios relâmpagos na Praça do Diário, no centro do Recife.

Em 1986, se destacou na campanha do avô ao governo pernambucano.  Depois da vitória, tornou-se chefe de gabinete e passou a seguir os passos de Arraes.  Filho da deputada Ana Arraes e do escritor Maximiano Campos, filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) apenas em 1990, quando foi eleito deputado estadual. 

Chegou ao Congresso Nacional em 1994, eleito com 133 mil votos. No ano seguinte, foi secretário do governo e, em 1996, secretário da Fazenda. Foi reeleito em 1998 para a Câmara Federal, como deputado mais votado de Pernambuco, com 173.657 votos. Seu terceiro mandato como deputado federal veio em 2002, quando se tornou um dos principais articuladores do governo Lula. 

Foi nomeado ministro da Ciência e Tecnologia e, em 2005, assumiu a presidência nacional de seu partido.  Em 2006, se licenciou do cargo para concorrer ao governo do Estado, pela Frente Popular de Pernambuco. Foi eleito. Quadro anos depois, acabou reeleito com 82,84% dos votos.

Até então, Campos era um aliado do PT e de Lula. Mirando a disputa pelo Palácio  do Planalto, rompeu com o PT e aliou-se a Marina Silva. Nem mesmo sob a promessa de apoio a um voo solo do PSB, em 2018, Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu convencer Campos a concorrer ao Senado e desistir do plano de enfrentar a presidente Dilma Rousseff.