O candidato do
PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49 anos
completados no domingo passado, morreu na manhã desta quarta-feira, 13, em um
acidente aéreo em Santos, litoral paulista.
Ele e parte de
seu staff estavam a bordo de um jatinho que saiu do Rio. Com o tempo chuvoso, a
aeronave tive dificuldades para pousar, apresentou problemas e caiu no bairro
Boqueirão. Vice na chapa de Campos, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva
não estava no jato.
A assessoria
de imprensa da Santa Casa da Misericórdia de Santos informou que
todas as equipes médicas do hospital estão de plantão aguardando a chegada das
vítimas do acidente com uma aeronave na cidade. A Santa Casa recebeu a
informação de que cerca de 20 feridos serão encaminhados ao local.
Campos tinha
agenda prevista em Santos, nesta manhã. Ele havia marcado uma entrevista para
esta quarta-feira, às 10 horas, na Praia do Mercado. A confirmação da morte do
candidato foi informada pelo deputado Júlio Delgado, presidente do diretório do
PSB em Minas Gerais. Ainda não há informações oficiais sobre o número de mortes
no acidente e os nomes das demais vítimas.
Neto do
ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, Campos iniciou sua vida política nos
anos 80, quando elegeu-se presidente do Diretório Acadêmico de Economia da
Universidade Federal do Estado. Usava um caixote de madeira como a
tribuna e um megafone para pedir votos para "Doutor Arraes", então
candidato a deputado federal, em comícios relâmpagos na Praça do Diário, no
centro do Recife.
Em 1986, se
destacou na campanha do avô ao governo pernambucano. Depois da vitória,
tornou-se chefe de gabinete e passou a seguir os passos de Arraes. Filho
da deputada Ana Arraes e do escritor Maximiano Campos, filiou-se ao Partido
Socialista Brasileiro (PSB) apenas em 1990, quando foi eleito deputado
estadual.
Chegou ao
Congresso Nacional em 1994, eleito com 133 mil votos. No ano seguinte, foi
secretário do governo e, em 1996, secretário da Fazenda. Foi reeleito em 1998
para a Câmara Federal, como deputado mais votado de Pernambuco, com 173.657
votos. Seu terceiro mandato como deputado federal veio em 2002, quando se
tornou um dos principais articuladores do governo Lula.
Foi nomeado
ministro da Ciência e Tecnologia e, em 2005, assumiu a presidência nacional de
seu partido. Em 2006, se licenciou do cargo para concorrer ao governo do
Estado, pela Frente Popular de Pernambuco. Foi eleito. Quadro anos depois,
acabou reeleito com 82,84% dos votos.
Até então,
Campos era um aliado do PT e de Lula. Mirando a disputa pelo Palácio do
Planalto, rompeu com o PT e aliou-se a Marina Silva. Nem mesmo sob a promessa
de apoio a um voo solo do PSB, em 2018, Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu
convencer Campos a concorrer ao Senado e desistir do plano de enfrentar a
presidente Dilma Rousseff.